

Pode-se falar em azar ou em castigo mínimo. A verdade é que o Gil Vicente vendeu bem cara a derrota frente ao V. Setúbal e conseguiu, durante o encontro, levar o mais desatento espectador a questionar qual das duas equipas milita, afinal, no primeiro escalão português. No final, valeu a pontaria setubalense nas grandes penalidades, depois de uma igualdade a uma bola no final dos 120 minutos jogados. Destino cruel, mas, ao mesmo tempo, um alento para o plantel gilista que só caiu na última das batalhas. O V. Setúbal confirma o rótulo de mestre a defender e segue para a 4ª eliminatória.
Num jogo entre equipas orientadas por dois antigos pontas-de-lança do futebol português e do Sporting, o Gil Vicente, de Paulo Alves, entrou melhor e superiorizou-se ao Vitória de Manuel Fernandes. Prova-o não só o golo conseguido aos 15 minutos por André Cunha (que golo estranho, já agora...), como a maior posse de bola e controlo de jogo a meio-campo. A zona intermediária do V. Setúbal tardou em entender-se, com Bruno Gallo a demorar a entrar no jogo e Hugo Leal muito longe de Pitbull. Ainda assim, deu para empatar. Hesitação fatal de Murta na saída a um cruzamento e Zeca a igualar. Simples e eficaz.
Os barcelenses acusaram o golo sofrido, mas, em abono da verdade, nunca o V. Setúbal conseguiu criar tanto perigo quanto a equipa da casa, em cima do intervalo. A dois tempos. Primeiro por Rodrigo Galo, na transformação de um livre, a obrigar Diego a aplicar-se. No minuto seguinte, Cláudio chegou ligeiramente atrasado após um desvio ao primeiro poste. No estádio já se gritava golo...
Há pedras que nunca furam
A segunda metade acabou por não trazer grandes alterações à toada do jogo. O Gil Vicente tinha maior domínio, os setubalenses defendiam bem e jogavam no erro do adversário. Quando Paulo Alves lançou Carlitos em jogo, os de Barcelos animaram. Com o acréscimo de experiência que o extremo trouxe à equipa, os barcelenses assentaram arraiais definitivamente no meio-campo visitante. Não marcaram porque um dos grandes méritos deste Vitória é a eficácia defensiva.
Aliás, o V. Setúbal até podia ter matado o jogo já nos descontos, quando um lançamento lateral de Ney Santos passeou na área sem que ninguém o desviasse. Quando Olegário Benquerença não viu um penalty claro de Diego sobre Ramazotti, percebeu-se que ia haver prolongamento. Há pedras que, por mais água que bata, nunca furam...
E nem os ferros ajudam
O prolongamento apenas serviu para confirmar tudo o que foi dito até então. Muito mais Gil Vicente, a tomar conta das despesas do encontro, e um V. Setúbal a defender...bem. Mesmo quando a linha defensiva vitoriana nada podia fazer, o poste da baliza de Diego dava conta do recado, evitando um «golaço» de Camargo. O Gil ainda chegou a meter a bola na baliza, por Ramazotti. O golo foi anulado por pretenso fora-de-jogo.
Decidiu-se tudo, como em tantas outras vezes nestas ocasiões, nas grandes penalidades. Foi mais feliz o V. Setúbal, contando com a inspiração de Diego que defendeu os remates de Rodrigo Galo e Ramazotti. Coube a Valdomiro carimbar o passaporte. Um defesa. Tinha de ser...
FICHA DE JOGO:Estádio Cidade de Barcelos
Árbitro: Olegário Benquerença, assistido por José Cardinal e Luís Marcelino
GIL VICENTE: Murta; Paulo Arantes, Sandro, Claudio e Júnior Caiçara; Luís Manuel (João Vilela, 100m) e André Cunha; Luís Carlos (Carlitos, 60m), Richard (Alexandre Camargo, 88m) e Rodrigo Galo; Ramazotti.
Treinador: Paulo Alves
V. SETÚBAL: Diego; Ney Santos, Ricardo Silva, Valdomiro e Anderson do Ó; Silva, Bruno Gallo, Hugo Leal e Zeca (Sassá, 86m); Cláudio Pitbull e Henrique (Jaílson, 65m).
Treinador: Manuel Fernandes
Disciplina: Silva (28m), Ricardo Silva (43m), Valdomiro (74m), Paulo Arantes (78m), Ney Santos (103m)
Golos: André Cunha (15m), Zeca (30m)
Ao intervalo: 1-1
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