Collin pode sair para a Escócia
Por Miguel Cardoso PereiraO presidente do Vitória Futebol Clube de Setúbal, Fernando Oliveira, recebeu há dias a visita de um empresário inglês interessado em negociar o defesa francês Collin.
«Já sabíamos que o Collin tinha mercado, mas agora a abordagem que recebemos foi mais concreta. Um empresário inglês veio informar- se sobre a situação do Collin e há uma possibilidade forte de sair para os escoceses do Celtic. Há igualmente uma abordagem de um clube português, mas se o Collin sair o mais certo é que seja para a Escócia», disse o presidente do Vitória, sem traçar um valor mínimo para negociar o futebolista. «Tudo depende das circunstâncias», esclareceu.
"Vão exigir que marque mais golos"
CARLOS LOPES
O avançado senegalês Keita, melhor marcador do Vitória FC de Setúbal na temporada finda, vai continuar no clube mais uma época, pelo menos, sendo intenção dos dirigentes renovar-lhe o contrato por mais outra temporada, como confirmou o atleta africano em entrevista a O JOGO.
Depois de ter realizado uma excelente temporada, ao ponto de ter despertado a cobiça de outros emblemas nacionais e estrangeiros, afinal vai continuar em Setúbal?
O Vitória já me abordou nesse sentido, sei que accionaram o ano de opção que tinha no contrato e fizeram-me uma proposta para assinar por duas temporadas mas deixei tudo nas mãos do meu empresário. É ele que está a tratar do meu futuro. Mas vou continuar no Vitória.
Que significado teve para si representar um clube de tão grandes pergaminhos no futebol português?
A camisola do Vitória tem um peso diferente de todas as que vesti até hoje. Este é um clube com história. Os adeptos são muito carinhosos, mas também exigentes. Gostam de futebol e são apaixonados pelo seu clube. Foram muito importantes ao longo da época pela forma como nos apoiaram. A eles também se deve a manutenção.
Como caracteriza a época do Vitória de Setúbal?
Foi muito difícil, principalmente no início. No entanto, sempre acreditámos que podíamos alcançar a manutenção. No que me diz respeito estive sempre confiante,e porque pela forma como trabalhávamos acreditei sempre que alcançaríamos o sucesso.
Ficou satisfeito com o seu desempenho neste regresso ao campeonato português?
Sabia que o meu valor e que as minhas qualidades estavam intactas. No entanto, quando assinei contrato com o Vitória, reconheço que inicialmente muitos não acreditaram em mim. As coisas felizmente correram-me de feição e acho que o balanço é positivo.
Se continuar em Setúbal na próxima época a fasquia vai estar mais elevada?
Sei que para a próxima época me vão exigir mais golos. Estou preparado, mas no futebol não se pode prometer nada. Há vários factores que podem influenciar positiva ou negativamente uma temporada.
Como melhor marcador sente que foi o herói da equipa? A quem se deve a permanência?
A ninguém em particular. O Vitória valeu pelo seu todo. Não gostaria de destacar nenhum jogador e tão pouco me sinto na pele de herói. Apenas fiz o meu trabalho. Fui apenas mais um entre os muitos que contribuíram para a permanência.
Treinador foi suporte
Keita foi desde o inicio da época a principal aposta no ataque dos sadinos. Porém, os golos só começaram a surgir quando Manuel Fernandes rumou ao Bonfim. Coincidência, ou talvez não, o facto é que o avançado senegalês apontou dez golos e caso não se tivesse lesionado nas últimas rondas até poderia ter dilatado a marca. O atleta reconhece que a melhoria da sua performance teve o dedo de Manuel Fernandes a quem se diz agradecido pelos ensinamentos. " O mister foi muito importante para mim. Ajudou-me muito, corrigindo o meu posicionamento em campo, a forma como me deveria movimentar na área. Nos primeiros sete jogos não consegui fazer golos, mas com a chegada dele comecei a marcar e isso deve-se ao meu trabalho, naturalmente, mas também aos ensinamentos do mister. Se hoje sou um jogador diferente, isso deve-se, em parte, àquilo que o mister Manuel Fernandes me ensinou", disse.
Estabilidade financeira explica sucesso
Por força do seu passado recente, o Vitória de Setúbal era, até agora, visto como um clube incumpridor, onde os jogadores antes de decidirem rumar ao Bonfim ponderavam muito bem. Todavia, com a liderança de Fernando Oliveira tudo mudou e o clube voltou a ter credibilidade, facto que, na opinião de Keita, contribuiu bastante para a permanência. "A estabilidade financeira foi muito importante", garantiu. "Quando assinei pelo Vitória muitos dos meus amigos alertaram-me para o facto de ser um clube em constantes dificuldades e que iria ficar sem receber. Felizmente não foi nada disso que aconteceu. A SAD cumpriu todas as suas obrigações e não deve nada a nenhum jogador", sublinhou o avançado senegalês.
Keita mostra-se bastante agradado com a situação e garante que ao longo da época a Direcção proporcionou a estabilidade necessária para que os atletas não passassem por dificuldades. "Ao longo da época deram-nos todas as condições para que realizássemos um campeonato tranquilo e sem sobressaltos. Essa talvez tivesse sido uma das chaves do nosso sucesso", frisou.
Sadinos cumprem pressupostos DOCUMENTAÇÃO CHEGOU À LIGAO Vitória de Setúbal apresentou na Liga toda a documentação inerente à inscrição para a próxima época, cumprindo deste modo os pressupostos financeiros exigidos para os clubes participantes nas provas profissionais.
Apesar de os sadinos constarem na lista de devedores na página online da Direção-Geral de Contribuições e Impostos, que tem registada uma dívida relativa à cedência dos direitos de superfície por 90 anos dos terrenos do Estádio do Bonfim, os dirigentes asseguram que já contestaram atempadamente esta situação e não estão nada preocupados em virtude de terem impugnado formalmente esse processo, uma vez que não devem e não podem pagar pois ainda não receberam o dinheiro relativo à referida cedência.