
Dois avançados referenciados
BRASILEIROS DA 2.ª DIVISÃO CARIOCA NA MIRA DE MANUEL FERNANDES
O ataque é a grande preocupação do treinador Manuel Fernandes - para já, conta só com Henrique no plantel e o técnico prefere um sistema com dois avançados - que tem passado os últimos dias a analisar DVD's de jogadores brasileiros.
A observação permitiu referenciar dois dianteiros que atuam na 2.ª Divisão do campeonato do Rio de Janeiro. No entanto, o facto de o mercado brasileiro estar muito valorizado poderá dificultar a contratação dos atletas, tendo em conta as limitações financeiras dos sadinos.
Quanto às outras lacunas no plantel, o treinador pretende ainda um defesa-central, mas só se este for uma mais-valia para o sector, já que, por ora, existem soluções para essa posição, incluindo Zarabi que tem mais um ano de contrato com os sadinos.
Grandes salários
Manuel Fernandes espera ainda pelas listas de dispensas do Benfica, Sporting de Lisboa e Porto, mas o facto de os clubes não pagarem o salário dos jogadores emprestados é um problema para o treinador. O Vitória de Setúbal não tem possibilidades de arcar com os salários que a maior parte destes atletas auferem nos três grandes e que levou, por exemplo, que o leão Wilson Eduardo esteja na rota do Olhanense.
Face a todos estes condicionalismos, o clube do Bonfim terá de encontrar soluções mais acessíveis mas de qualidade.
Empréstimos podem acabar
O Vitória admite a possibilidade de construir o plantel para a próxima época sem jogadores emprestados dos grandes. Para surpresa sadina, os principais clubes emprestadores mudaram a política de comparticipação salarial, começando a exigir que os interessados se responsabilizem pela totalidade ou, na melhor das hipóteses, da maior parte do ordenado dos jogadores pretendidos.
Veja-se o exemplo do Porto, que sempre teve a política mais generosa em termos de empréstimos: comparticipava o ordenado em função do número de jogos feitos. Logo, essa comparticipação podia até chegar a cem por cento se um jogador fosse utilizado com regularidade. Agora, tudo muda.
Como os jogadores que Manuel Fernandes pretende dos grandes têm já um ordenado considerável, a bolsa sadina não suporta esses encargos. Para já, estudam-se oportunidades, como os benfiquistas Miguel Rosa e Rúben Lima, mas também já em risco.
A alternativa seriam juniores dos três grandes, que ganham menos, mas choca com a política do treinador: jogadores com alguma experiência e maturidade competitiva e que cheguem para jogar.
Excepções podem surgir de Braga - no âmbito do acordo por Keita, sendo Kieszek o mais pretendido - ou se, mais para o Verão, os grandes não conseguirem colocar no mercado os emprestáveis e baixarem as exigências.
O Vitória de Setúbal está interessado em contratar Gustavo, defesa-central brasileiro, ex-Vasco da Gama. O jogador rescindiu recentemente contrato com o Gigante da Colina e pode chegar aos sadinos a custo zero, reforçando um sector carenciado na formação de Manuel Fernandes. No entanto, a Traffic, empresa detentora do passe de Gustavo, deve entrar no negócio e facilitar a vinda do jogador para Portugal, libertando o Vitória de Setúbal do pagamento total dos salários de um atleta que tem passaporte italiano, outro factor importante para rumar à Europa.
Aos 28 anos, o jogador pode assim voltar ao futebol europeu depois das experiências no Levski de Sófia e Dínamo de Moscovo, mas só poderá competir em Agosto, quando terminar a suspensão de quatro meses imposta pela FIFA. É que Gustavo acertou contrato com o Schalke 04, mas quando chegou à Alemanha, deparou-se com condições diferentes daquelas que tinha aceite inicialmente. Desiludido, regressou ao Palmeiras.
Gustavo começou a dar nas vistas no Guarani há onze anos, emblema no qual envergou a braçadeira de capitão e evidenciou capacidades de liderança no sector mais recuado. Depois disso, actuou no Goiás, Ponte Preta, Paraná, Palmeiras e Cruzeiro, onde foi colega do benfiquista Ramires. Uma lesão afastou-o dos relvados seis meses, mas o Vasco da Gama decidiu contratá-lo. Tudo indicava que fosse titular indiscutível, mas não conseguiu impor-se e em alguns desafios foi relegado para o banco por Genilson, um jovem de 19 anos. A transferência para o Velho Continente é encarada de forma positiva pelo jogador, que tenciona relançar a carreira.
Entretanto, Manuel Fernandes continua à procura de mais reforços e, nesse sentido, o técnico vai amanhã assistir ao Sporting- Porto em juniores.
Tatuagem de Wolverine vale títulos por onde passa
Na Rússia, Gustavo deixou crescer o cabelo e a barba e em 2003, quando ingressou no Goiás, o novo visual valeu-lhe a alcunha de Wolverine, personagem do X-Men, embora a garra demonstrada em campo também tenha contribuído para o nome. O responsável pela alcunha foi o internacional brasileiro Grafite, uma brincadeira que pegou entre os restantes colegas de equipa. Dois anos depois, Gustavo fez uma tatuagem no braço direito e curiosamente, a partir daí, ganhou títulos em todos os clubes que representou. Em 2006, venceu o campeonato paranaense pelo Paraná e conquistou posteriormente os campeonatos paulista e mineiros, ao serviço do Palmeiras e do Cruzeiro. Um bom prenúncio para os sadinos, caso a transferência se concretize. "
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